Estava-se em guerra entre o Império e o pequeno Lusigal. Os exércitos imperiais já dominavam quase todo o território lusigalês, arrasavam fábricas e queimavam quintas, fechavam escolas e hospitais e deixavam um rasto de miséria.
O exército lusigalês tinha cinco divisões. Duas passaram-se logo para o inimigo mal ele passou a fronteira. Os comandos das outras três reuniram demoradamente para tentar concertar uma estratégia de guerra.
Os generais da primeira divisão insistiam no combate sem medo e no recurso a todas as armas e a todas as reservas de tropas, mas ninguém lhes ligava. Tinham tido mau comportamento na juventude, com amigos estrangeiros indesejáveis, tinham fama de lunáticos e não estavam a perceber que resistir naquelas condições era um suicídio, havendo que encontrar soluções mais moderadas e sensatas.
A segunda divisão, cujos generais eram a nata da elite intelectual do exército, todos com curso doutoral de estado maior, confiava em que a guerra provocaria grande descontentamento também no Império, cujos soldados iriam perceber que os lusigaleses eram tão bons soldados como eles. Era só questão de esperar pela revolução no Império, mais nos outros países da Federação. O lado bom da Força ganharia.
Finalmente, a terceira divisão propunha que não se combatesse de facto, só em discurso. Ao mesmo tempo, emissários discretos, eventualmente com a ajuda das primeira e segunda divisões, iriam mostrar aos generais do Império que, se fossem mais compreensivos e invadissem a menor velocidade, tomaria o poder um general da terceira divisão, Petano de seu nome.
Esta discussão prolongou-se por meses e meses, enquanto os soldados, na rua, eram bombardeados e morriam que nem tordos. Ao mesmo tempo, um rei mago famoso clamava que, a longo prazo, Lusigal ganharia. Esquecia uma máxima célebre de um economista muito falado nesse tempo, John Maynard Keynes: “a longo prazo, estaremos todos mortos”.
(Imagem: La Fontaine)
História
ResponderEliminarA figura de Viriato
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Lendas e Mitos de Portugal - Viriato, um chefe invencível
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