Numa entrada atrás, escrevi que
“Diz-se que para um entendimento, é preciso que todos cedam um pouco, que façam compromissos. Isto é um truísmo. O que não dizem é até que ponto é de exigir que vão esses compromissos. (…) Será um debate difícil. O resultado inicial possível é o de uma “aliança tensa”. Mas deve ser tentada. Se sobrevive ou não à prova de fogo da governação, logo se verá. (…) Também é importante que se dê um sinal inequívoco ao eleitorado, que julgo que deve começar pelo PCP e pelo BE, porque são os acusados de serem partidos fora do sistema de governação. Devem mostrar-se claramente disponíveis para negociações com o PS, desejavelmente com base numa plataforma acordada pelos dois partidos, com o apoio de organizações não partidárias e de movimentos sociais. É esta a tese que tenho vindo a defender, a da construção de uma aliança em dois passos”, primeiro à esquerda, depois com o PS.
Apesar de já ter escrito repetidamente sobre isto, terminei essa entrada com a promessa de que, a seguir, iria escrever uma “Carta aberta para uma frente de esquerda”. Afinal, vou adiar, mas não por muito tempo.
A disputa Costa Seguro, não me parecendo muito determinante para uma aliança de esquerda (NOTA – condescendo em usar o termo esquerda como incluindo também o centro esquerda), não deixa de merecer ser seguida com atenção, a ver se se vislumbram – eu, para já, não – diferenças de postura dos dois candidatos.
Também no PCP pode estar a haver alguma ênfase de intervenção, quando uma figura respeitada como Honório Novo, não dizendo nada de substancialmente em relação a muitas afirmações do PCP, é agora muito directo e incisivo ao propor uma aliança entre o PS e CDU, no que foi claramente apoiado por João Cravinho.
E também algum movimento no BE. Por um lado, a Mesa Nacional a chumbar uma proposta de Ana Drago, muito no sentido da manobra planeada há tempos pelo manifesto 3D para uma unidade privilegiada do BE com o 3D, o Livre e o PAN (?), tendo como base o programa do Congresso Democrático das Altertivas. Também outra surpresa, a concordância tardia, mas antes tarde de nunca, de Loução com a saída do euro, se necessário.
Com tudo isto, vou aguardar uns dias.
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