sábado, 5 de outubro de 2013

Politicamente correcto

Sem desconsideração pelos meus amigos americanos que foram ou são "hippies", fãs de Woodstock, liberais ou mesmo radicais, lembro que inventaram coisa de que não gosto, o "politicamente correcto".

Há coisas no “politicamente correcto” que, para não dizer mais, considero patetas, pueris e atentatórias do que devia ser a dignidade e seriedade das instituições que lhes dão acolhimento. Muitas vezes, são tiros nos pés, quando não se ficam – o que já não seria mau – por causarem uma boa gargalhada. Quando são coisa de guerra entre pedreiros de andaime e feministas extremadas, como no caso do piropo e do BE, fica-se por aí.

Pior foi agora com uma decisão da Assembleia parlamentar do Conselho da Europa. Suspeito que, como se viu noutras ocasiões, por exemplo em relação a vacinação e a organismos geneticamente modificados, fortemente influenciadas pelos sentimentos de culpa que ainda perduram numa geração alemã cinquentona, que mais valia que olhasse para o que está a ser o exercício de hegemonia pelo seu país.

Decidiu a Assembleia que era condenável qualquer agressão física contra crianças, nomeadamente as de raiz religiosa, pondo em plano quase idêntico a mutilação feminina e a circuncisão judaica. Quanto a esta, apenas com a ressalva de a admitir, em idade posterior, com consentimento do menor. Diga-se que idade em que a prática da circuncisão é muito mais desagradável e difícil.


Como talvez não estejam muito convencidos, aduzem argumentos médicos, equiparando as duas práticas, o que revela ignorância completa. De facto, a circuncisão, até muitas vezes advogada por não judeus, é uma prática com vantagens médicas, profilácticas.

Mais espantoso é que se diga que “a missão do Conselho da Europa é promover o respeito pelos direitos humanos, incluindo os direitos das crianças, em pé de igualdade com a luta contra o racismo, o anti-semitismo e a xenofobia”. Não dá para acreditar. Combater uma prática inofensiva mas de grande significado religioso para os judeus é combater o anti-semitismo? 

Já agora, talvez eu tenha sofrido mais com o que me impingiram de imagens dantescas do inferno.

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