Segundo notícia dos jornais diários, Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia afirmou hoje que, apesar de "fundamentalmente certa", a política económica implementada na Europa, centrada na redução dos défices "atingiu os seus limites".
Para Durão Barroso, para serem bem sucedidas, estas políticas, além de bem concebidas do ponto de vista técnico, devem ser capazes de granjear um "apoio politico e social mínimo".
"Politica e socialmente, uma política que é apenas vista como austeridade é claro que não é sustentável", afirmou o presidente da Comissão Europeia esta manhã, em Bruxelas, numa conferência sobre "Federalismo ou Fragmentação".
Barroso defende por isso que a política de correcção dos défice e da dívida, que sublinhou ser "indispensável", deve ser combinada com "um ênfase mais forte no crescimento e medidas de crescimento a curto prazo": "Temos dito isto, mas temos que dizê-lo de forma ainda mais clara senão, mesmo que as políticas de correcção do défice sejam correctas, (...) não serão sustentáveis politica e socialmente".
Uma no cravo e outra na ferradura. E com os cidadãos, pensando na troika, sem se lembrarem de que boa parte do empréstimo de resgate foi feito pela Comissão, para além do BCE e do FMI.
Será que toda esta preocupação social de Barroso não tem nada a ver com tentativas de captar simpatias do eleitorado para as presidenciais de 2016?
Também vale a pena ler este parágrafo: "Sei que há conselheiros tecnocratas que nos dizem qual o melhor modelo, mas que quando perguntamos como o implementar, dizem que isso já não é com eles. E isto não pode acontecer ao nível europeu", diz o presidente da Comissão Europeia, que acrescenta que, além de precisar de uma política económica "correcta", a Europa precisa garantir "os meios para a sua implementação e (...) aceitação política e social": "Foi aqui que penso que não fizemos tudo bem".
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