A prova de avaliação dos professores é um contra-senso. Não tenho dúvidas de que saem da universidade professores (mestres em ciências da educação) pouco qualificados, mas como também em qualquer outro curso. Mas não é por isso que o Estado impõe provas para admissão como técnico superior da função pública (e, já agora, como jovens boys de gabinetes ministeriais, quase recém-licenciados), nem sequer a profissões reguladas por ordens (com a excepção marinhana, legalmente muito duvidosa, dos advogados).
Outra coisa é exigir-se um período de estágio para aquisição de competências que só s readquirem por experiência prática.
A base do mercado de trabalho a nível superior, público ou privado, é a da confiança no sistema de ensino superior. Não há outra forma, por exemplo, de confiarmos na qualidade minimamente exigível de um médico, cuja importância não é certamente inferior à de um professor do ensino básico. Dirão que se pode sempre duvidar da qualidade e exigência da universidades, quando se conhecem casos fragrantes de facilitismo. É certo, mas por isso é que há acreditarão, não podendo nenhum curso funcionar sem aprovação (geralmente rigorosa) pela agência de avaliação, a A3ES.
NOTA – Para ser justo – e estou à vontade porque se sabe que não tenho nenhuma estima por Nuno Crato – convêm recordar que a ideia destas provas já vem da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, do governo Sócrates. A diferença está em que a ministra a retirou após protesto dos sindicatos e este ministro arrogante e narcisicamente autoconvencido vai contra tudo e todos.
Um comentário temporalmente desfasado, mas aqui fica:
ResponderEliminarPara técnico superior há prova de acesso. Desde 2008 que a regulamentação dos contratos em funções públicas a prevê.