1. Cavaco Silva defendeu que o FMI devia sair da troika e que os problemas financeiros e económicos dos países europeus em dificuldades deviam ser resolvidos exclusivamente por meios europeus, porque, na União Europeia, “temos objetivos de desenvolvimento harmonioso, de coesão e de crescimento económico”. E eu a pensar que a principal preocupação da comissão e do BCE era restritiva e austeritária, centrada na redução a todo o custo da dívida pública e do défice orçamental…
2. No Diário Económico de ontem lê-se que sem o programa de OMT (Outright Monetary Transactions) do BCE, “Portugal perde um dos maiores trunfos que tem em mãos para conseguir o acesso pleno aos mercados e evitar um segundo resgate”. Não vou agora perguntar aos economistas o que significa a obsessão com o acesso aos mercados (continuarmos a endividarmo-nos) mas admitamos que a possibilidade de compra directa de dívida pelo BCE é um respaldo e um factor para a baixa das taxas de juro, como aconteceu com a declaração de Draghi em 2012. Mas evita um segundo resgate? Eu julgava que a entrada de um país no programa cautelar das OMT exigia fortes condicionalidades, com novo controlo da troika e política austeritária para controlo do défice, nomeadamente no que respeita ao cumprimento rigoroso do tratado orçamental. E eu a pensar que, na prática isto era um segundo resgate...
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