sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Férias de namoro com Cabo Verde (II)

No voo da Praia para Lisboa, ontem, vínhamos numa das primeiras filas da turística e enquanto a cortina estava aberta vimos toda a cena na executiva de 15 lugares (diga-se que não é grande mais-valia, num A-321). Já toda a gente estava instalada e o avião em condições de partir, quando finalmente apareceram os passageiros retardatários, 17 (dois tiveram de ir em económica): a comitiva de Paulo Portas. Note-se bem: uma delegação de 17 pessoas para dois dias em Cabo Verde, em tempos de teleconferência.

Um único me pareceu ter mais de 40 anos. Os restantes eram betos, irritantemente betos. Meninos do Portas, desfaziam-se em graças para o chefe, sem humor nenhum (ouvi bem, porque esta gente fala alto, gosta de se exibir). Entre vários jornais, todos pediram o Diário Económico. Um, ainda o avião em terra, pediu logo um uisque.

Há tempos, Passos Coelho anunciou que toda a gente do governo viajaria em económica. Cheirou logo a populismo até desrazoável, porque entendo que o ministro e o seu chefe de gabinete devem ter boas condições para trabalhar, em recato e segurança. Mas os outros 13 boys, os meninos do Portas?

P. S. (4.9.2012) - leia-se, a propósito, no Público, "O fabuloso destino dos jovens assessores do Governo Passos". No meu tempo, rapazes na casa dos vintes com prática estudantil associativa, atividade partidária clandestina e aspeto físico ou de modos e trajar simbolicamente um pouco inconvencionais, eram candidatos a Caxias. Hoje, betinhos espertalhaços, jotinhas, presidentes de associação de estudantes, abanando os bons fatinhos em modos metro e cultivando o arzinho bonito, vão para assessores. Como o mundo rola e rebola...

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