Afinal, a nossa crise política (institucional) de hoje, apresentada como tragédia dantesca por gente de todos os quadrantes, incluindo caros amigos meus de esquerda, é coisa pequena, como fator de perturbação da política económica da eurolândia, quando comparada com condicionantes políticos, pouco discutidos, da discussão de 24 e 25 da reforma do FEEF. Parece que, afinal, tudo fica para Junho, por via da Alemanha e da Finlândia, do clube AAA, quando a situação portuguesa já deve estar mais clarificada.
Leia-se uma notícia da Reuters (François Lenoir), hoje aparecida no Público.
Zona euro adia decisões sobre reforço do fundo de socorro
As modalidades do reforço do fundo de socorro do euro (EFSF) só vão ser definidas pelos líderes europeus em Junho devido às dificuldades políticas e eleitorais de alguns países que os impedem de assumir compromissos até lá.
(…) A maneira de fazer este reforço deveria, em contrapartida, ser decidida na nova cimeira que decorre amanhã e depois em Bruxelas, no quadro da “resposta abrangente” à crise da dívida soberana que está em preparação há meses.
(…) Mas a Finlândia, que dissolveu o parlamento na perspectiva das eleições legislativas de 17 de Abril, não pode assumir por agora qualquer compromisso na matéria, sobretudo devido à oposição crescente de grande parte da opinião pública ao aumento dos encargos nacionais para ajudar os países em dificuldades de financiamento.
A Alemanha tem por seu lado dificuldades em assumir compromissos relativamente à estrutura de capital do mecanismo permanente de estabilidade (ESM) que vai substituir o EFSF em 2013. As decisões sobre os dois mecanismos deverão ser assim tomadas em conjunto em Junho.
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