Nunca me tendo abstido e considerando isso como contrário ao meu dever cívico, e porque votar no PS do querido líder, além de politicamente impossivel, é eticamente inaceitável, ao contrário de tempos idos em que o fiz ocasionalmente; fica-me o voto num dos partidos de verdadeira oposição, PCP ou BE, bem como o voto em branco que, não afetando diretamente o resultado eleitoral, tem valor político de protesto.
Mantenho as hipóteses em aberto, atendendo principalmente às propostas sobre política económica nesta conjuntura e em alternativa à receita das duas “santíssimas trindades”, a externa mas também a interna. Cada vez mais simpatizando com uma reestruturação da dívida, como direi ainda hoje ou amanhã, isto inclinar-me-ia para o PCP, atendendo à ambiguidade do BE sobre a reestruturação e a nossa posição em relação ao euro.
No entanto, há mais política para além da crise. Como é que o PCP pode esperar que eu e muito mais gente vote num partido que emitiu tão inaceitável comunicado sobre a morte de bin Laden, uma no cravo outra na ferradura? Há alturas em que o imperioso “sim”, inequívoco, sem hipocrisia, não admite qualquer “sim mas”. “Era um criminoso, mas afinal era o inimigo do meu maior inimigo”, é o que quem sabe ler adivinha nas entrelinhas. Como quem lê, sem precisar de entrelinhas, o mufti de Jerusalém nos tempos do Holocausto.
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