Quem vai ganhar as eleições? Sem dúvida, o partido FEEF/BCE/FMI. Mas pensemos agora nos seus “boys”, tal como se vê pela última sondagem Marktest. Lendo e analisando a ficha técnica, muito teria a dizer, mas, “ad usum lectori”, aceite-se que o empate técnico PS/PSD, com o PS até um pouco à frente, justifica conversa mesmo que sem rigor estatístico.
Eu não dizia? Nada me garantia que Sócrates (JS) fosse penalizado pela sua visceral aldrabice. É sabido que, em situações de crise, os eleitores se partem entre a revolta contra o governo aldrabão que conhecem e o medo do governo alternativo que desconhecem. Muitas vezes vão pelo seguro, e mais neste caso em que o mano jota Dupond coelhinho não é assim tão diferente do mano jota Dupont sapatilhas. Afinal, são ambos clientes Armani, são ambos aldrabões, são ambos cultural e intelectualmente medíocres. E quando o coelho só está a fazer asneiras, até de “nobrezas”, mesmo a mentir tanto como o outro Pinóquio, venha o diabo e escolha.
Deixo claro que tudo isto me é completamente indiferente. PS (desculpem lá, amigos PS da animação folclórica do partido), PSD e CDS vão a eleições sei lá com que diferença, porque o seu programa - comum! - está definido pela “troika” (raio de nome; sabem quando foi inventado, com base nos cavalos do carro russo tradicional? Coisa de má memória, Brejnev-Kossiguin-Podgorny).
No entanto, não me é indiferente em termos de analista, de tipo espertalhaço que gosta de brincar com cenários. Esta última sondagem põe o PS ligeiramente à frente, embora com empate técnico e com 36% de indecisos. Mas o simples facto de estar PS/JS à frente tem efeitos futuros, de mobilização partidária e de atração dos eleitores, daqueles que gostam de, na noite das eleições, dizerem à Maria “tás a ver, sou esperto, ganharam aqueles em que votei”. Quanta gente vota principalmente em função das sondagens, porque querem estar no clube ganhador, psicologia de futebol? Dizerem ufanos aos amigos, no dia seguinte, “é pá, ganhou o partido em que eu votei”.
É inteiramente razoável prever que o PS pode ganhar. Se o PS ganhar, este PS saído de congresso norte-coreano, com um Sócrates execrado por toda a gente e inaceitável como parceiro pelo PSD e pelo CDS, abre-se uma crise política inimaginável, como já discuti. Será o PR a forçar uma coligação tripla. Serão todos os "manifestistas” bem pensantes a exigi-lo. Virão também na procissão Merkel, Juncker, Trichet, depois os nossos banqueiros. Serão as agências de “rating” e os grandes especuladores sobre a dívida a darem logo sinal.
Como o PR não pode dissolver novamente a AR recém-eleita, convida JS a formar governo. Pode ser que ele o consiga, porque este país é louco. Provavelmente não consegue e Cavaco indigita o PSD, que também não consegue, e a seguir um seu fiel (Manuela, Catroga). Com toda a pressão sobre os partidos, com os homens da pasta preta a dizerem "Manuela, Catroga", eles até amocham. É a tal magistratura ativa a começar. Passamos a ter um presidente-rei (à Sidónio) com um governo tecnocrata de estrangeiros cinzentos, a manejarem marionetes caseiras mais coloridamente folclóricas, Arlequim, Polichinelo e, claro, para disfarçar, Ferrabrás. Os militantes socialistas, que votaram a noventas por cento em Sócrates, que berraram no congresso que estavam com o querido líder, não percebem em que buraco meteram o seu partido e o país?
Finalmente, uma nota sobre os dados desta sondagem em relação aos partidos do “não”. O PCP cresce, a nível de empate como terceiro partido. O Bloco desce 2%, é quase tão penalizado como o PS. Ninguém pensa que o PCP tem um programa eficaz para a saída da crise, mas “o partido” (é importante lembrarmos esta referência que vem de trás, para comunistas ou não, “o partido”) aguenta-se sempre, porque ninguém o acusa de aldrabice, de malabarismo político, de contorcionismo. São o que são, lamentavelmente, mas são honestamente o que são, coisa de que ninguém está bem certo em relação ao BE.
Ando em pânico que o páis vire à direita,já conhecemos Socrates,um homem inteligente e de fibra,nesta situaçao apostar num Sr. que pouco ou nada sabe,apenas agora fala com mais convicção e força...ajudado pelos meios de comunicaçao social parciais como se tem visto...não sei não!!! Temo muito o retorno à direita.....espero que o povo português não se deixe iludir com mudanças...supostas mudanças
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