Desde os primórdios da nossa vida constitucional pós-1976 e da existência renovada do Conselho de Estado, regra absoluta, que não me lembro de alguma vez ter sido violada, sempre foi a da confidencialidade do conselho. É indispensável, para prestígio, isenção e autoridade dos mais destacados conselheiros do presidente e para que não se possa dizer que este foi influenciado neste ou naquele sentido.
Só hoje, pelos reflexos que teve a notícia já de há dias, é que soube que Sócrates - e logo o primeiro ministro! - violou essa regra, dizendo a uma rádio ou televisão que uma tal coisa tinha ou não tinha sido dita na última reunião. Hoje, boa parte dos conselheiros faz declarações de que sim ou sopas, desmentindo-se uns aos outros: Capucho, Bagão Félix, César, Almeida Santos (que provavelmente já só dorme nas reuniões). Valha Mário Soares, que se recusa a falar de seja o que for que se passe no Conselho.
Isto já cheira muito a fim de regime.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário. Os comentários de leitores não identificáveis não serão publicados.