Fala-se muito no
exemplo islandês e muito bem, mas deve-se ter presente uma ressalva importante. É que nada do que os islandeses e o seu novo governo têm feito seria possível se eles pertencessem à União Europeia e muito menos se tivessem adotado o euro. Ou melhor, poder podia, mas com grande luta política, coisa se calhar possível quando vemos a coragem e verticalidade desse povo, que tem mais habilidades e instrumentos do que só saber fazer manguitos. Por isto, nunca consegui entender que, depois do seu corajoso referendo, tivessem decidido preparar o pedido de adesão à União Europeia.
E não fiquemos pela Islândia. Apesar de mais distante e menos conhecido, caso mais marcante, pelo muito mais que estava em jogo, foi o da revogação da paridade com o dólar e a reestruturação da dívida feita pela
Argentina de Kirchner, em 2005, com desconto de 75% (!) do valor nominal da dívida.
Vêem o que seria isto em Portugal, baixar de uma penada a dívida pública de 90% do PIB para 22,5%, muito menos do que a Alemanha e os outros AAA? Até nos podíamos dar ao luxo de pagar com essa poupança um défice orçamental à americana (9%) e de grandes investimentos na produção e na promoção do emprego.
Nem mais quanto à Islândia. Quanto à Argentina, sem contestar, antes aplaudir a solução Kirchner, a analogia já não é infelizmente a mesma.
ResponderEliminarTem um grande mercado interno e tinha (e continua a ter)um papel importante no mercado externo, embora em decréscimo relativamente a alguns países, como é o caso do Brasil.
Mas são exemplos a reter e a estudar, juntamente com outras medidas de que ninguém quer falar,mas que são possíveis.