quinta-feira, 7 de julho de 2011
Há quem diz não
Apesar de eu não gostar da hipocrisia patrioteira que denunciei ontem em relação ao "murro no estômago" da Moody's, há males que vêm por bem. Esta história triste mas inteiramente lógica e previsível parece que deu alibi a muita gente para começar a desmontar um pouco este edifício "sólido" do neoliberalismo, do domínio do capital financeiro, da mediocridade da governação europeia. Afinal, não se podendo isolar do conjunto "lógico" o papel das agências de "rating", começa a duvidar-se dessa lógica de sistema. Logo a seguir, virá como consequência o que se adivinha mas que ainda não conseguem confessar, que a receita "troikiana", sua consequência, é um embuste.
Elogie-se José Gomes Ferreira por ir até essa consequência, dizer que este episódio prova que Portugal não vai conseguir voltar ao mercado, que o império financeiro do "lado negro" condena ao fracasso qualquer plano de resgate segundo a mentalidade de Barrosos e quejandos, que saem bastante maltratados deste comentário em vídeo. Mas, por extensão, também, Merkel, Sarkosy, Trichet, Passos Coelho, Sócrates, toda a cambada de medíocres que se apossou da Europa. Desde que o maior e inicial de todos os medíocres, Tony Blair, resolveu jogar no tabuleiro de um jogo com regras de alguém que, apesar de tudo, lhe era muito superior, a execrável Sra Thatcher.
Churchill, De Gaulle, Adenauer, Monet, Schumann, depois Brandt, Kohl, Miterrand, Palm, Delors, Gonzalez, com muitos não tenho afinidade política, mas ao menos eram expoentes da intelectualidade política europeia. Isto faz-me lembrar que todos conhecemos os césares gloriosos mas ninguém recorda o nome dos imperadores que prepararam de facto a queda do império romano. E com ela a época das trevas...
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