sábado, 2 de março de 2013

Será agora?


Uma centena de milhar? Duas? É difícil calcular, mas o importante é que foi uma grande manifestação, com cálculo prejudicado por desde cedo haver quase igual fluxo de entrada e saída do Terreiro do Paço. Principalmente, não foi menor, ao que me pareceu, do que a de 15 de setembro. Em quase seis meses, não houve desmobilização. Escreverei algumas reflexões sobre esta jornada, mas desde já ficam algumas notas soltas.
  • Apesar do lema apelativo e mediático “que se lixe a troika”, o alvo principal era claramente o governo.
  • Havia gente de todas as idades, incluindo uma boa percentagem de terceira-idadistas e de jovens auto-identificados como sem emprego.
  • A julgar pelos “sinais exteriores”, grande parte dos manifestantes era de classe média ou, em outros termos, de pequena e média burguesia.
  • A imaginação e criatividade de palavras de ordem, cartazes e até adereços deram colorido e humor à manifestação, que não deve ser obrigatoriamente sisuda como muitas vezes era antes.
  • A motivação era bem ilustrada por um número significativo de manifestantes em cadeira de rodas ou de jovens casais levando carrinhos de bebé ao longo de quase dois quilómetros ou, pior ainda, com uma criança ao colo e outra pela mão.
O povo começa a dar sinais de que não está para brincadeiras. Agora o que de politicamente eficaz pode vir daí é coisa de que falaremos amanhã ou depois.

2 comentários:

  1. Tambem acho que foi uma grande manifestação mas 800000 ou 1 milhão, como disseram os organizadores, é demais.

    ResponderEliminar
  2. Concordo e acho que é coisa perigosa. Exageros destes não são só um erro, são um motivo de descredibilização do movimento.

    ResponderEliminar

Obrigado pelo seu comentário. Os comentários de leitores não identificáveis não serão publicados.